sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Gravidez na adolescência


A realidade dos factos


Entre as ideias falsas de que se tece a sexualidade na adolescência, uma há que é extremamente preocupante - a de que na primeira vez a mulher não engravida. Um equívoco! A probabilidade é igual à das restantes vezes que se mantiver relações sexuais.


E por desconhecimento uma gravidez não esperada é tantas vezes o fruto da iniciação sexual. Em Portugal, e segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, havia em 1998 95 mães com menos de 15 anos e 7.308 com idades entre os 15 e os 19.
Quando a notícia desaba sobre a adolescente (e a família) como uma avalancha, ter ou não ter o bebé é a grande decisão. Valores pessoais, sociais e religiosos influenciam o desfecho, mas, independentemente disso, nos dois pratos da balança pesam-se consequências que não se podem descartar levianamente.


Assim, é preciso não esquecer que devido á idade existe um risco maior de problemas durante a gravidez, pois o corpo não está preparado. Subsiste igualmente um risco acrescido de problemas no parto e depois do parto. Os bebés nascidos de mães adolescentes costumam ter peso inferior ao normal, requerendo bastantes cuidados. Cuidados que a mãe nem sempre consegue proporcionar, pois não dispõe nem dos conhecimentos técnicos adequados nem de maturidade psicológica.


A nível familiar e social o cenário nem sempre é cor-de-rosa: muitas vezes a família rejeita o acontecimento como uma vergonha, não apoiando a jovem mãe e chegando mesmo a expulsá-la de casa. As probabilidades de deixar os estudos são três vezes maiores para a adolescente, o que é agravado ainda pelo facto de os amigos e colegas se poderem afastar, talvez até assustados com a nova realidade.
Quem se afasta muitas vezes é o pai da criança, sendo poucos os que assumem as suas responsabilidades, também eles muito novos, confrontados com a mudança radical nas suas vidas.


Se a decisão for não ter o bebé, coloca igualmente problemas muito graves, desde logo porque embora o aborto já esteja despenalizado em Portugal, continua a implicar riscos para a saúde, quer durante o aborto quer depois. Sentimentos de culpa podem emergir depois e, em vez do alívio esperado, pode desenvolver-se um quadro de tristeza e stress, que torna a recuperação psicológica complicada.

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