domingo, 29 de março de 2009

Cientistas desenvolvem anti-cancerígeno com resultados promissores

Equipa internacional liderada por investigadora da Universidade de Coimbra.


Uma equipa internacional de cientistas, liderada por uma investigadora da Universidade de Coimbra, desenvolveu um novo agente anti-cancerígeno que apresenta resultados promissores ao nível das propriedades terapêuticas no combate à doença. “Apresentou resultados muito animadores e promissores, provando ser eficaz no combate à doença com menos efeitos secundários”, disse à agência Lusa Maria Paula Marques, a investigadora que coordena uma equipa internacional de 17 cientistas.


O agente anti-cancerígeno, desenvolvido à base de paládio - um elemento metálico utilizado em áreas como a medicina dentária ou odontologia, mas também na indústria farmacêutica, petrolífera ou electromecânica – foi testado em laboratório, utilizando células humanas saudáveis e cancerígenas. “Fizemos testes ‘in vitro’ só em células humanas, um modelo muito mais fiável do que as células animais”, explicou.

Os testes passaram pela preparação de dez compostos diferentes derivados da cisplatina - base de muitas das actuais drogas anti-cancerígenas em uso clínico desde os anos 70 do século XX - cada um sujeito a um processo “moroso” de síntese, caracterização e avaliação da sua actividade do ponto de vista biológico e médico.

A pesquisa levou à obtenção de um agente terapêutico de paládio, em vez da platina, testado em diversos tipos de cancro, como a leucemia, útero, mama ou língua, que “mostrou ser altamente eficaz ao causar a morte de células doentes, afectando menos células saudáveis”.

No âmbito da pesquisa estão a decorrer experiências no Roswell Park Cancer Institute, nos Estados Unidos da América, que visam testar “dentro de alguns meses” a actividade anti-cancerígena do novo composto em animais, para determinar a relação entre a dose utilizada e a resposta ao tratamento.
A fase seguinte poderá passar, então, pelo desenvolvimento de um novo fármaco que possa entrar em testes clínicos, embora Maria Paula Marques alerte para a necessidade de “mais pesquisa” e “muitos anos de investigação científica” antes da utilização clínica. “Nos últimos dez anos têm sido estudados milhares de novos agentes contendo platina e paládio e só um chegou, por enquanto, à fase de testes clínicos”, revelou.
Fonte: CiênciaHoje

terça-feira, 17 de março de 2009

Investigadores portugueses descobrem mecanismo de «reeducação» de células do sistema imunitário


Investigadores portugueses descobriram como identificar e controlar células imunitárias (linfócitos T) para as fazer actuar contra infecções e não para promoverem doenças auto-imunes, num estudo que poderá ter importantes aplicações terapêuticas. O trabalho, realizado por investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, vem hoje publicado na edição on-line da prestigiada revista científica Nature Immunology.

"Descobrimos uma maneira de diferenciar duas populações de linfócitos T que produzem factores com actividades biológicas distintas".



Os linfócitos T são glóbulos brancos produzidos no timo, um órgão situado sobre o coração, que combatem infecções e cancro. Porém, estas células podem também ter efeitos indesejáveis, sobretudo se atacarem as próprias células do organismo. Enquanto um dos factores produzidos por estas células, o Interferão-gama, é importante no combate a vírus e a tumores, o outro, a interleucina-17, apesar de igualmente envolvido na resposta às infecções, tem efeitos maléficos e está na base de doenças inflamatórias e auto-imunes, como a diabetes ou a esclerose múltipla.


Segundo explicou o director da Unidade de Imunologia Molecular do IMM, o que distingue estas duas populações é um receptor, designado CD27, que está na superfície das células e lhes transmite sinais que recebe do exterior.


"Nós conseguimos manipular este receptor de forma a controlar a geração das duas populações de linfócitos T", afirmou, sublinhando que "este conhecimento poderá ter importantes aplicações terapêuticas", dadas as funções distintas das duas populações de células. "O processo que identificámos funciona como uma reeducação das células T dos ratinhos e abre perspectivas na imunoterapia de doenças inflamatórias e auto-imunes", assinalou. Apesar deste trabalho ter sido realizado em modelos de experimentação animal, Bruno Silva-Santos garante dispor de evidências preliminares da conservação destes fenómenos nos seres humanos. Nesse sentido, referiu que a investigação futura da sua equipa "irá analisar o potencial de aplicação destes conhecimentos em células humanas".
Fonte:CiênciaHoje

sábado, 7 de março de 2009

Europeus desconhecem doença que afecta mais de 100 mil na Europa

Cancro da cabeça e do pescoço provoca 68 mil mortes por ano.



Europeus desconhecem o cancro da cabeça e pescoço, que afecta mais de cem mil pessoas só no Continente, segundo um estudo coordenado pela Sociedade Europeia do Cancro da Cabeça e Pescoço. De acordo com o estudo, designado «About Face», hoje divulgado, 75 por cento das pessoas desconhecem até os sintomas e os factores de risco desta doença, como o tabagismo, o consumo de álcool, a exposição solar e o vírus do papiloma humano (HPV).
Para além disso, o cancro da cabeça e pescoço está a aumentar entre os jovens, segundo este estudo, devido ao seu estilo de vida, pois começam a fumar cada vez mais cedo (13 ou 14 anos) e ao HPV, uma associação que começa agora a ser estudada.



O director do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, Manuel António, explicou que, em Portugal, o IPO de Coimbra já trata esta doença há 20 anos e que, só no ano passado, foram feitas duas mil consultas externas, 1011 cirurgias e 206 de ambulatório. "A sintomatologia pode traduzir-se em dores de garganta, dores ao engolir, rouquidão ou congestões nasais", indica. Apesar de o estudo indicar que é uma doença que afecta cada vez mais jovens, Manuel António diz que "este é um tipo de cancro de meia-idade, que não pode ser rastreado, porque não tem uma relação custo/benefício aceitável", como explica. No entanto, também atribui ao estilo de vida dos jovens o facto de a doença começar a proliferar nas suas faixas etárias, devido ao consumo excessivo de tabaco e álcool, cada vez mais precoce.

Quanto à taxa de curabilidade, o director refere que depende sempre do estado de cada caso, mas também do tipo de cancro de que se trata. Segundo o estudo, mais de 60 por cento dos doentes são já diagnosticados num estado avançado, sem cura possível.

O cancro da cabeça e do pescoço inclui o cancro da língua, boca, glândulas salivares, faringe, laringe e outros localizados na área da cabeça ou do pescoço. É o sexto cancro mais frequente no mundo e, só na Europa, estima-se que provoque mais de 68 mil mortes por ano.
Fonte: Ciência Hoje

terça-feira, 3 de março de 2009

Asteróide passa de raspão pela Terra


Um asteróide passou de raspão pela Terra na manhã desta segunda-feira (dia 2). Segundo informações dos astrônomos, o rochedo, com diâmetro entre 21 e 47 metros, passou a cerca de 70 mil quilômetros da superfície terrestre - o equivalente a um quinto da distância entre a Terra e a Lua. A informação foi divulgada pela Planetary Society, uma ONG internacional.
O objecto foi descoberto dois dias antes, por um astrônomo do Observatório Spring, na Austrália, quando estava a 1,5 milhão de quilômetros de distância.
Designado 2009 DD45, este passou sobre o oceano Pacífico e foi, em tese, visível da Austrália, do Japão e da China.
O astro, com o seu tamanho, deve ser similar ao objecto que colidiu com a Terra em 1908, sobre Tunguska, na Sibéria. Naquela ocasião, o asteróide explodiu no ar, por conta do contacto com a atmosfera, mas a onda de choque devastou as florestas da região.
Fonte:G1