Equipa internacional liderada por investigadora da Universidade de Coimbra.
Uma equipa internacional de cientistas, liderada por uma investigadora da Universidade de Coimbra, desenvolveu um novo agente anti-cancerígeno que apresenta resultados promissores ao nível das propriedades terapêuticas no combate à doença. “Apresentou resultados muito animadores e promissores, provando ser eficaz no combate à doença com menos efeitos secundários”, disse à agência Lusa Maria Paula Marques, a investigadora que coordena uma equipa internacional de 17 cientistas.
O agente anti-cancerígeno, desenvolvido à base de paládio - um elemento metálico utilizado em áreas como a medicina dentária ou odontologia, mas também na indústria farmacêutica, petrolífera ou electromecânica – foi testado em laboratório, utilizando células humanas saudáveis e cancerígenas. “Fizemos testes ‘in vitro’ só em células humanas, um modelo muito mais fiável do que as células animais”, explicou.
Os testes passaram pela preparação de dez compostos diferentes derivados da cisplatina - base de muitas das actuais drogas anti-cancerígenas em uso clínico desde os anos 70 do século XX - cada um sujeito a um processo “moroso” de síntese, caracterização e avaliação da sua actividade do ponto de vista biológico e médico.
A pesquisa levou à obtenção de um agente terapêutico de paládio, em vez da platina, testado em diversos tipos de cancro, como a leucemia, útero, mama ou língua, que “mostrou ser altamente eficaz ao causar a morte de células doentes, afectando menos células saudáveis”.
No âmbito da pesquisa estão a decorrer experiências no Roswell Park Cancer Institute, nos Estados Unidos da América, que visam testar “dentro de alguns meses” a actividade anti-cancerígena do novo composto em animais, para determinar a relação entre a dose utilizada e a resposta ao tratamento.
A fase seguinte poderá passar, então, pelo desenvolvimento de um novo fármaco que possa entrar em testes clínicos, embora Maria Paula Marques alerte para a necessidade de “mais pesquisa” e “muitos anos de investigação científica” antes da utilização clínica. “Nos últimos dez anos têm sido estudados milhares de novos agentes contendo platina e paládio e só um chegou, por enquanto, à fase de testes clínicos”, revelou.
Fonte: CiênciaHoje
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